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Apesar de ser uma tendência, poucas companhias no Brasil tomam orientações baseadas em dados; mercado tributário, fiscal e contábil já tem boas soluções para virar data-driven

Apesar da evolução constante no quesito trato com os dados digitais, as empresas brasileiras ainda caminham para o cenário chamado de data-driven. O conceito define a tomada de decisões empresariais baseadas em dados, privilegiando os números e análises técnicas ao invés de suposições.

De acordo com o IT Forum Series, 74% das companhias do País consideram os dados muito importantes. Contudo, o mesmo levantamento revela que somente 11% das empresas se consideram data-driven.

A pesquisa mostra que os executivos e decisores enxergam barreiras importantes para executar projetos de gestão de dados. O maior dificultador para trabalhar com dados, é que para 42% dos gerentes é preciso realizar cursos e investimentos. Outros 31% analisam que falta uma cultura empresarial adequada e 28% dizem que falta integração e processos mais estruturados.

Por ser uma questão generalizada, a falta do trato correto dos dados também afeta negócios dos setores contábil, fiscal e tributário. Por estarem em um setor da economia que é naturalmente complexo, as companhias acabam tendo dificuldade para adotar ações inovadoras.

Marcos Gimenez, CEO da Bravo, empresa especialista em soluções inteligentes da transformação digital das áreas fiscal e contábil, analisa que por lidarem com uma legislação e regras bastante burocráticas, as empresas acabam se tornando elas mesmas espaços de pouca adoção de novas tecnologias. “A Reforma Tributária terá a capacidade não só de tornar os tributos mais claros para os cidadãos, mas também de alavancar um setor bastante engessado. Por isso, é essencial que os gerentes desses negócios estejam atualizados, já que a reforma vai exigir que as áreas contábil, fiscal e tributária entrem de vez na nova economia”, defende.

Importância dos dados e novas tecnologias

Considerado o “novo petróleo” pelo matemático Clive Humby, os dados estão dentre as informações mais valiosas até mesmo para governos. Os setores de inteligência das nações mais ricas e poderosas do mundo monitoram o tráfego na internet, por exemplo, já que assim é possível prever até mesmo possíveis espionagens e ataques militares.

No caso das empresas, a captação e utilização dos dados é essencial para ter crescimento e sucesso na era da informação. Segundo uma pesquisa da consultoria McKinsey, o EBITDA de uma companhia pode aumentar em até 25% quando ela é data-driven.

Marcos Gimenez explica que ser data-driven é importante porque os dados revelam padrões e tendências. Estas análises podem significar um grande diferencial na hora da tomada de decisões, já que elas estarão mais embasadas e respaldadas.

Contudo, o executivo explica que gerentes e tomadores de decisões de empresas do setor fiscal, contábil e tributário precisam entender que captar os dados é apenas o primeiro passo. De acordo com estimativas, o planeta Terra atualmente movimenta diariamente uma quantidade de cerca de 2,5 quintilhões (um número acompanhado de 18 zeros) de bytes. “Como as pesquisas mostram, o treinamento das pessoas é essencial para que elas saibam lidar com esse acumulado inimaginável de informações. Talvez mais importante que coletar um montante de dados, é saber fazer a filtragem e os insights corretos que se transformarão em movimentos de crescimento”, salienta.

O CEO da Bravo comenta que os dados servem para eliminar tomada de decisões baseadas em coisas genéricas como feeling. E são vários os benefícios de ser data-driven.

Com os dados em mãos, é possível antecipar problemas, fazer reestruturações e novas contratações, identificar indicadores chave para cada departamento e analisar performances coletivas e individuais, além de fazer a captação e relatório de todas as questões tributárias/fiscais.

Soluções inovadoras para o setor tributário

Além dos dados, outras tecnologias já estão se mostrando de suma importância para os negócios do setor tributário. Se até cinco anos atrás os conceitos eram desconhecidos de muita gente, atualmente é difícil conhecer pessoas que nunca ouviram falar de Inteligência Artificial (IA), Big Data, Machine Learning (ou aprendizado de máquina, em português) e cloud computing (computação em nuvem).

Estas ferramentas já estão disponíveis para empresas de todos os ramos, inclusive as contábeis. A digitalização é, inclusive, um dos processos que tem afetado até mesmo Pequenas e Médias Empresas (PMEs) do setor. Mesmo negócio menores já se preparam para ou utilizam softwares contábeis como ERP e CRM.

E plataformas como o Tax Intelligence é que oferecem soluções importantes para as companhias. A aplicação da Bravo oferece dashboards para realizar toda a gestão de dados contábil de uma empresa, permitindo a leitura e cruzamento de dados de faturamentos e aquisições, por exemplo.

Com o programa, as companhias conseguem verificar em um mesmo ambiente detalhes sobre valores tributados, entradas e saídas de impostos, filtros sobre estados, produtos, alíquotas e filiais. O Tax Intelligence ainda permite exportar dados em formato PDF, Excel e CSV.

A 99, empresa e aplicativo de transporte individual, é uma das companhias que utilizam a inovação da Bravo. Rodrigo Reis, diretor tributário da 99, pontua que o Tax Intelligence fornece um Business Intelligence (BI) personalizado para a empresa e que isso facilita o trabalho fiscal. “Com uma aplicação com esse nível de personalização é possível visualizar no dashboard todos os principais dados em relação a operação dos impostos. Além disso, um software assim nos entrega uma visão ampla da operação e de toda a gestão”, comenta.

Marcos Gimenez, o CEO da Bravo, explica que a primeira versão customizada do Tax Intelligence foi da 99 e que mais customizações serão entregues para novos clientes.

Ele finaliza defendendo que as empresas fiscais, contábeis e tributárias precisam apostar agora na utilização de dados. O executivo afirma que em breve ser orientado por dados deixará de ser um diferencial para ser obrigação de qualquer empresa que almeja crescimento. “Além de todos os benefícios em produtividade, escalabilidade e lucro, de modo mais anímico, ser data-driven significa promover mais integração, transparência e colaboração entre os funcionários. Nada é mais positivo para uma empresa do que ilustrar o porquê decisões estão sendo tomadas”, finaliza Gimenez.

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