Alocação é alternativa para apagão de profissionais de TI no Brasil
A busca por profissionais de Tecnologia da Informação (TI) para desenvolver projetos especiais ou substituir colaboradores em férias ou licença tem se tornado um desafio crescente para as empresas. A escassez de mão de obra qualificada, já evidente no início dos anos 2010, foi exacerbada nos últimos anos. De acordo com um relatório da Google for Startups de 2023, o Brasil enfrentará um déficit de 530 mil profissionais de TI até 2025.
Nos meses de dezembro e janeiro, período tradicional de férias, a demanda por esses profissionais se intensifica. “Muitos projetos são de longa duração, e frequentemente não é viável ajustar as férias dos colaboradores sem comprometer o cronograma. A solução para muitas empresas tem sido recorrer aos serviços de alocação de profissionais”, explica Fernando Brolo (foto), sócio-fundador da Logithink, uma integradora de soluções de TI com sede em Campinas.
Durante essa época, a Logithink observa um aumento de aproximadamente 30% na procura por serviços de alocação. “Não basta encontrar um profissional tecnicamente qualificado; é essencial que ele se alinhe à cultura da empresa. Antes de alocá-lo, realizamos treinamentos e monitoramos seu desempenho continuamente. Há toda uma preparação para integrar esse profissional à empresa”, acrescenta Brolo.
Definição deve ser estratégica
Rafael Brito, CEO da OutServ, uma empresa especializada em recursos humanos, confirma o aumento na procura por profissionais especializados nesse período. “Para as empresas, é mais vantajoso, tanto estrategicamente quanto financeiramente, alocar um profissional para um projeto pontual do que mobilizar toda a sua equipe”, afirma.
Procura por profissional de TI cresce no período de férias
O cenário desafiador enfrentado pelas companhias para cobrir afastamentos temporários e garantir a continuidade de seus projetos reflete um déficit crescente de profissionais de TI. “Essa escassez é impulsionada pela crescente demanda por digitalização e adoção de novas tecnologias em diversos setores, enquanto a formação de novos talentos não acompanha o ritmo acelerado do mercado”, comenta Brolo.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), a formação anual de profissionais, estimada em 53 mil entre 2021 e 2025, é insuficiente para atender à demanda. “Por isso, a Logithink investiu nesse serviço há alguns anos. Mantemos um banco de dados sempre atualizado, com profissionais de diversos perfis para atender a diferentes tipos de empresas”, relata Brolo.
Qualificação constante
Brito destaca que outra vantagem de terceirizar esses profissionais é o treinamento constante. “Um analista qualificado e atualizado faz toda a diferença no desenvolvimento dos projetos. Isso garante a qualidade do serviço prestado e a expertise necessária para atender às demandas do mercado”, comenta.
Para as empresas, terceirizar é a melhor solução. “É difícil encontrar, mesmo entre as multinacionais, empresas que tenham um quadro de TI grande. As companhias mantêm poucos profissionais e os destaca para funções estratégicas, terceirizando a sustentação e projetos específicos. É uma tática inteligente e econômica, que permite ter sempre um atendimento qualificado 24X7”, conclui Brolo.