Executivos da consultoria global Capco, do Itaú Unibanco e da NVIDIA se reuniram em São Paulo (SP) para discutir as melhores práticas na implementação da tecnologia no setor

Nos últimos meses, diversas pesquisas revelaram um crescimento significativo na adoção de Inteligência Artificial Generativa (GenAI) pelas empresas brasileiras. Agora mais acessível e confiável, essa tecnologia tem conquistado espaço no cotidiano corporativo. No entanto, muitas organizações ainda enfrentam dificuldades em explorar seu pleno potencial, especialmente em um momento em que a ferramenta se estabelece como uma realidade inevitável e avança para uma nova fase de desenvolvimento. Nesse cenário, executivos da Capco — consultoria do grupo Wipro especializada em tecnologia e gestão para o setor financeiro e de energia –, do Itaú e da NVIDIA se reuniram em São Paulo para discutir as melhores práticas na implementação da GenAI no setor financeiro.

A Capco destaca que a adoção da IA deve ser feita com cautela. “Nosso principal objetivo é garantir que a IA seja utilizada de maneira produtiva, gerando resultados concretos para as organizações”, afirmou Luciano Sobral, sócio e chefe da operação brasileira da consultoria. O executivo ressaltou que a GenAI não é uma solução universal, mas uma ferramenta que exige amadurecimento tanto das pessoas, quanto das empresas. Outro desafio abordado foi a integração da GenAI a sistemas legados do setor financeiro, muitos dos quais operam há décadas. “Como podemos integrar a inteligência artificial nesse contexto? Estamos colaborando com nossos clientes para maximizar o uso da ferramenta”, comentou Sobral.

A transformação impulsionada pela IA já está em andamento e não há retorno. “Essa mudança altera completamente a forma como trabalhávamos até pouco tempo atrás. Embora a tecnologia ainda não seja perfeita, seu impacto no nosso dia a dia é inegável”, afirmou Marcel Saraiva, gerente de vendas da divisão Enterprise da NVIDIA no Brasil. A necessidade de avaliar o impacto real da IA antes de iniciar qualquer projeto também foi destacada. “Um dos principais trabalhos da nossa equipe é dialogar com parceiros e clientes para entender o problema a ser resolvido e verificar se a inteligência artificial é, de fato, a solução adequada”, acrescentou Saraiva.

Além disso, os especialistas enfatizaram a importância de tratar a IA como qualquer outro produto. “É essencial focar no problema, não na solução. Devemos mapear detalhadamente o processo de aplicação, definir os resultados esperados e avaliar o retorno sobre o investimento. Não devemos implementar nada sem essa análise”, explicou Bruno Gobbet, head de Dados e IA do Itaú Unibanco.

Ao final do evento, os executivos discutiram as principais tendências do mercado. Entre elas, destacaram-se o uso de agentes e modelos multimodais, que ampliam as aplicações da IA para além do texto, incorporando vídeos, imagens e voz, com o objetivo de aprimorar o relacionamento com clientes e otimizar processos. Os avanços na robótica inteligente também foram mencionados. “A próxima etapa é integrar a física à inteligência artificial. Se conseguirmos resolver os desafios da física dentro da IA, poderemos avançar na robótica inteligente, criando humanoides que compreendam as leis da física”, projetou Saraiva.

O evento, promovido pela LeadersX, marcou o início de uma série de encontros da Capco no Brasil sobre GenAI, com o objetivo de explorar sua implementação, as oportunidades de aumentar a eficiência dos negócios e os desafios a serem superados.

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