Uso de sensores, algoritmos e modelos preditivos permite abordagem mais inteligente na manutenção de edifícios, garantindo maior segurança e sustentabilidade
93% das empresas consideram que os seus processos de manutenção não são muito eficientes, segundo pesquisa da CXP Group. Esse número reflete as perdas que a falta de uma análise preditiva causa e que poderiam ser evitadas através do uso da adoção da automação inteligente, com aplicação da IA (Inteligência Artificial), especialmente na gestão predial.
Segundo o estudo da PWC’s Predictive Maintenance 4.0 – Beyond the Hype’, a manutenção preditiva diminui os custos em 12%, melhora a disponibilidade em 9%, prolonga a vida útil de ativos envelhecidos em 20% e reduz em 14% os riscos de segurança, saúde, ambiente e qualidade. É dentro deste contexto que a 12ª edição da Expo InfraFM, a maior feira do setor de Facility, Property e Workplace Management na América Latina, traz atualizações para o mercado.
O evento, que acontece entre os dias 9 e 11 de junho no Expo Center Norte, reunirá especialistas e empresas, com inovações que aceleram essa transformação digital, incluindo a aplicação de gêmeos digitais, automação inteligente e software de gestão de facilities. A ideia é trazer à luz os “os desafios da gestão de facilities estão no ‘lado oculto do iceberg’, como ineficiências de terceiros e custos invisíveis”, como afirma Felipe Ávila da Costa, cofundador e CEO da Infraspeak.
A empresa apresentará a Infraspeak Network™, que facilita a colaboração entre gestores, equipes e prestadores de serviços, conectando sistemas para aumentar a transparência e a eficiência operacional. “Nossas soluções permitem uma colaboração única de ponta a ponta em toda a organização, com a criação de um ecossistema completo de aplicativos nativos, integrações e hardware”, contou Costa.
Prevendo até os erros
A automação inteligente está eliminando a dependência de inspeções manuais e processos reativos na manutenção predial. Para o CEO da Infraspeak, a IA processa grandes volumes de dados operacionais, em tempo real, permitindo diagnósticos mais precisos para prever falhas e reduzindo a carga administrativa ao ajustar cronogramas de manutenção de forma inteligente.
Outra empresa que levará suas novidades para a feira é a Temon Serviços, que já testou, por exemplo, um sistema de inspeção assistido por IA, no qual uma inteligência artificial conduz rondas técnicas analisando imagens capturadas durante a vistoria. A tecnologia pode ser integrada a óculos inteligentes ou robôs autônomos, permitindo monitoramento contínuo sem necessidade de investimentos pesados em infraestrutura.
A empresa irá apresentar o Temon Built View, solução de visualização 3D integrada ao CMMS Sistemon, que permite navegação imersiva em modelos digitais de edifícios para facilitar a manutenção e a operação. Com essa tecnologia, é possível visualizar o histórico de equipamentos, abrir chamados diretamente no ambiente digital e otimizar o planejamento de uso dos espaços.
Maturidade e futuro do setor
Embora a adoção da inteligência artificial ainda esteja em fase de amadurecimento, os setores corporativo e industrial são os que mais avançaram, impulsionados pela necessidade de eficiência operacional e redução de custos. Já o setor residencial enfrenta desafios maiores, como restrições orçamentárias e fragmentação na gestão condominial.
Contudo, Gustavo Noan, gerente de engenharia da Temon Serviços, alerta que a IA está caminhando para um modelo “AI-First”, no qual as empresas que a colocarem no centro da sua estratégia sairão na frente. “O potencial ainda está subutilizado. Modelos menores e específicos para cada edifício podem criar uma gestão predial verdadeiramente autônoma e inteligente”, diz.
Segundo os especialistas, a evolução da tecnologia deve impulsionar o uso dos gêmeos digitais (representações virtuais de edifícios permitirão simulações e previsões precisas sobre desempenho estrutural e consumo energético); aumentar a eficiência energética (reduzindo o impacto ambiental dos edifícios ao otimizar o consumo de eletricidade, água e outros insumos) e permitir uma integração total com IoT (internet das coisas).
Noan destaca que outra tendência é o conceito de “memória viva” dos edifícios. Isso significa que, com a IA, os prédios poderão “lembrar” todas as intervenções feitas, desde a última troca de lâmpadas até padrões de consumo de energia e uso dos espaços. Cada edifício poderá ter a sua própria inteligência artificial embarcada, aprendendo continuamente com seus dados operacionais. “Um exemplo que ilustra essa visão é a cidade de Woven City, no Japão. Projetada como um laboratório vivo, ela foi concebida para testar e integrar tecnologias emergentes como veículos autônomos, robôs, casas conectadas e inteligência artificial aplicada à gestão urbana. É um modelo que antecipa como edifícios e cidades podem se tornar organismos inteligentes, aprendendo continuamente com seus próprios indicadores operacionais. Podemos imaginar um futuro onde edifícios sejam como organismos vivos, operando com inteligência artificial autônoma, sensores ubíquos e até metamateriais que regulam temperatura e acústica de forma dinâmica”, finaliza Noan.
Serviço:
Expo InfraFM e Congresso InfraFM
Data: 9 a 11 de junho de 2025
Horários: dia 9 das 14h às 20h e dias 10 e 11 das 10h às 20h
Local: Expo Center Norte
Endereço: Entrada Principal – Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme, SP.
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