L8 Security esteve presente no Positive Hack Days, evento que aconteceu em Moscou e trouxe as principais novidades para a área de cibersegurança; conheça detalhes
A equipe da L8 Security, braço de cibersegurança do Grupo L8, marcou presença na última edição do Positive Hack Days (PHDays), um dos maiores eventos mundiais do setor, realizado recentemente em Moscou, na Rússia. O encontro reuniu especialistas, desenvolvedores e representantes de governos para discutir as últimas tecnologias e desafios em cibersegurança, além de debater a importância da soberania digital no atual cenário geopolítico.
Entre os destaques do evento é possível citar a forte presença do governo russo no incentivo à soberania digital e à formação de profissionais qualificados. “O evento teve patrocínio de dois Ministérios da Rússia e muitos dos palestrantes também pertenciam ao governo. O que chamou a atenção foi o incentivo maciço às empresas locais para fomentar o conhecimento em cibersegurança”, conta Fábio Fukushima, diretor técnico da L8 Security. Ele lembra que, globalmente, há uma escassez significativa de profissionais especializados na área, realidade que se reflete também no Brasil. “A Rússia e outros países estão se movimentando para reduzir essa dependência externa, criando ambientes de incentivo para formar mão de obra local e estimular o crescimento do setor”, contou Fukushima.
Segundo ele, o principal debate foi a respeito da ideia de soberania em cibersegurança. “A Rússia está investindo para ser independente em termos de tecnologias de defesa digital, algo que se reflete na criação de produtos próprios como o PT Network Attack Discovery, Next Generation Firewall e demais produtos da empresa, após sanções que impactaram fornecedores ocidentais. Esse movimento busca fortalecer a segurança nacional e inspirar outros países a desenvolverem soluções e serviços especializados em segurança cibernética locais, reduzindo a dependência de fornecedores externos”, diz ele.
O evento, que é um dos maiores na área de cibersegurança do mundo possui como característica um espaço voltado para a troca de experiências entre profissionais, estudantes e desenvolvedores. “É muito mais mão na massa, menos marketing de produto”, explica Julio Kusman, diretor comercial da L8 Security. Entre os destaques estiveram também competições práticas de defesa e ataque cibernético, simulando ataques reais para que profissionais possam testar estratégias de defesa em tempo real. “Isso proporciona um aprendizado único, pois aproxima a realidade do mercado à prática. Além disso, a competição é saudável, fomentando o desenvolvimento de soluções mais robustas”, disse Kusman.
Ele também chama atenção para a importância de investimentos governamentais na formação de profissionais. “O governo russo entende a cibersegurança como questão crítica para a soberania nacional. Eles financiam eventos e investem na capacitação de profissionais para que o país seja menos dependente de tecnologias de fora”, reforça Julio. Para ele, o Brasil precisa seguir esse exemplo e investir cada vez mais na formação de especialistas e no desenvolvimento de soluções locais para amadurecer sua própria indústria de cibersegurança.
Rússia de olho nos mercados do Sul Global
Gustavo Colla, analista de segurança júnior da L8 Security e que também esteve no evento, complementa com uma visão das oportunidades de expansão observadas no evento. “Vimos uma forte ênfase da Positive Technologies em expandir o mercado de cibersegurança para regiões como América Latina, sul da Ásia e Oriente Médio”, conta. Segundo Gustavo, o objetivo é permitir que países parceiros desenvolvam suas próprias soluções, reduzindo a dependência de tecnologias ocidentais.
Ele cita como exemplo o firewall PT Next Generation Firewall, desenvolvido pela Positive Technologies após sanções que afetaram fornecedores como Fortinet e Palo Alto. “Essas sanções obrigaram o país a criar suas próprias tecnologias. A proposta é clara: dar autonomia tecnológica aos países parceiros. É um movimento que visa fortalecer a cibersegurança de forma global, mas com ênfase em soluções locais”, conclui.